Comunidade de Marajó participa de projeto que monitora biodiversidade

AGÊNCIA BRASIL //
A Floresta Nacional de Caxiuanã, no arquipélago do Marajó, no Pará, é a segunda unidade de conservação do país a receber o projeto de monitoramento participativo da biodiversidade em área de concessão florestal. A iniciativa, realizada pelo IPÊ — Instituto de Pesquisas Ecológicas —, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação, o ICMBio, visa formar pesquisadores comunitários com grande conhecimento da fauna e da flora local.
Poliana Lemos, coordenadora de projetos do IPÊ, fala que esta iniciativa surgiu através de um processo de articulação interinstitucional.
“Construído pelo IPÊ em parceria com um conjunto de instituições governamentais e com o setor privado. Essa articulação nos permitiu, de 2022 a 2025, implementar uma iniciativa em que os moradores locais assumem um protagonismo no monitoramento da biodiversidade, com o objetivo de avaliar os impactos do manejo florestal dentro da Flona. No início, enfrentamos alguns desafios importantes”.
O primeiro desafio enfrentado foi traduzir os conceitos científicos em práticas acessíveis e participativas, de modo a criar metodologias aplicadas ao dia a dia do monitoramento. Outro desafio foi a logística, que exige bastante organização e planejamento.
Houve também a necessidade de construir confiança e fortalecer vínculos, para que todos se sentissem parte do processo. Geraldo Nascimento, morador da Floresta Nacional de Caxiuanã e pesquisador comunitário, conta como descobriu a existência do projeto:
“Fiquei sabendo do projeto do monitoramento através do ICMBio. E o que me motivou a participar do projeto foi o que a gente poderia ter mais conhecimento a respeito do que nós já fazia dentro da Flona de Caxiuanã”.
Um pesquisador comunitário é um agente de mudança social que trabalha em parceria com a comunidade. Ele investiga problemas e promove soluções junto com os próprios moradores.
A Floresta Nacional de Caxiuanã é uma unidade de conservação federal no arquipélago do Marajó, criada em 1961 e administrada pelo ICMBio, sendo a mais antiga da Amazônia.