Caatinga já perdeu 40% da vegetação nativa por causa da ação humana

AGÊNCIA BRASIL //
O nome dela vem da língua Tupi e significa “mata branca”. É que na estação seca, a maioria das plantas perde as folhas, expondo os galhos esbranquiçados. No período de chuva, a paisagem muda e enche de flores e cores. Você sabe de qual área estamos falando?
Nesta segunda-feira (28) é celebrado o Dia Nacional da Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro e que ocupa 11% do território nacional. Presente em todos os estados nordestinos e na faixa norte de Minas Gerais, a Caatinga é a região semiárida com maior biodiversidade do mundo. São mais de 3,3 mil espécies de plantas. Mais de 500, não existem em nenhum outro lugar do planeta. A fauna da Caatinga não fica atrás: 1,8 mil espécies de animais, sendo 327 exclusivas da Caatinga.
Para preservação desse bioma, acontece nesta segunda-feira, na sede do Ibama em Brasília, a instalação da Comissão Nacional de Combate à Desertificação. Embora seja uma das áreas de floresta mais resistentes, a Caatinga já perdeu 40% da vegetação nativa por causa da ação humana. O que coloca em risco frutos, madeiras, usos para gastronomia e principalmente fitoterapêuticos, explica Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama.
A instalação da Comissão priorizou a participação dos povos originários, que são os mais afetados pela desertificação. São 45 povos indígenas – 90 mil pessoas em 36 territórios. As comunidades quilombolas também são essenciais para a manutenção da Caatinga, exemplifica Rita Mesquita, Secretária Nacional de Biodiversidade.
Um trabalho de conservação que não pode ser feito sozinho. Nesse Dia Nacional da Caatinga (28), também foi lançada pelo Instituto Nacional do Semiárido a obra de divulgação “Janelas do passado”, uma história sobre a origem do bioma, feita pelo curso de Geografia da Universidade Federal da Paraíba. São muitos projetos movidos pela preocupação com a preservação da Caatinga.