Hospital de Trauma em Campina Grande registra aumento de mais de 30% em atendimentos a vítimas de acidentes de moto no 1º semestre de 2025

O Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande divulgou que os atendimentos a vítimas de acidentes com motocicletas cresceram mais de 30% no primeiro semestre de 2025. Foram registrados mais de 6,3 mil casos, contra 4,8 mil no mesmo período do ano passado.
Em toda a Paraíba, apenas nos seis primeiros meses deste ano, já foram contabilizadas 8.112 ocorrências de trânsito, com 407 mortes, sendo 110 somente no Sertão. Em 2024, o estado registrou 12.991 atendimentos, dos quais 859 resultaram em óbitos.
Um relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF) aponta que os motociclistas continuam sendo as principais vítimas. “Há uma desproporcionalidade muito grande entre acidentes envolvendo motos e a gravidade das lesões”, destacou o inspetor Fabiano Lacerda. Cidades como Queimadas, Lagoa Seca e Alagoa Nova concentram mais da metade das ocorrências, principalmente nas BRs 104 e 230.
Os números também refletem em histórias pessoais. O jovem Samuel Catanam, de Sousa, no Sertão, sobreviveu a um grave acidente de moto que deixou sequelas. Internado no Hospital de Trauma de Campina Grande com traumatismo craniano, ainda se recupera. “Os médicos disseram que não havia jeito. Naquele momento, meu mundo acabou”, relatou a mãe, Francisca Catanam.
Além do impacto social e humano, os acidentes de moto representam altos custos ao sistema de saúde. Segundo o diretor do Hospital de Trauma, Sebastião Viana, uma diária em enfermaria custa cerca de R$ 700 e, em UTI, R$ 1.900. Cirurgias ortopédicas podem variar de R$ 800 até R$ 60 mil. O gasto mensal com esse tipo de atendimento chega a valores entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão.
O crescimento dos casos acende um alerta para autoridades de saúde e trânsito sobre a necessidade de reforçar campanhas educativas, fiscalização e medidas preventivas para reduzir os índices e preservar vidas.